Justiça autoriza leilão de bens de Ana Pink em Ribeirão Preto, SP; veja lista
26/08/2025
(Foto: Reprodução) Bens de Ana Pink vão a leilão em Ribeirão Preto, SP
Pelo menos cinco carros de luxo que pertencem a Ana Paula Ferreira Duarte, a Ana Pink, foram encaminhados para leilão por determinação da Justiça.
A influenciadora de Ribeirão Preto (SP) teve os bens, avaliados em R$ 13 milhões bloqueados. Na lista, estão, além dos veículos, casas, terrenos e investimentos financeiros.
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Ana Pink foi condenada, juntamente com o ex-marido Maiclérson Gomes da Silva, por envolvimento em esquema fraudulento de empréstimos consignados voltado, principalmente, para aposentados.
Com a lavagem de dinheiro, eles obtiveram, ilegalmente, mais de R$ 10 milhões. O caso aconteceu em 2022.
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A influenciadora estava em prisão domiciliar desde abril de 2023, mas voltou para a cadeia no dia 15 de agosto, após descumprimento de medidas cautelares.
Maick chegou a ser preso, mas responde ao processo em liberdade atualmente. Tanto ele quanto Ana Pink negam que deram golpe nas pessoas que fizeram empréstimos consignados.
Bloqueio de bens garante que dinheiro seja devolvido a vítimas de golpe
O bloqueio dos bens é uma forma de garantir que o dinheiro que foi desviado volte para as vítimas do golpe. A perda definitiva acontece a partir do momento em que os imóveis ou veículos são arrematados em leilão.
Entre os carros bloqueados pela Justiça estão:
Uma Land Rover avaliada em mais de R$ 459 mil
Duas Mercedes Benz que, juntas, passam de R$ 378 mil
Uma Hyundai Tucson de R$ 101 mil
Um Honda Civic de R$ 99 mil
Entre os imóveis, estão:
Três apartamentos de um prédio residencial de alto padrão no Jardim Olhos D'água de mais de R$ 2 milhões
Uma casa em um condomínio da zona Sul avaliada em mais de R$ 2 milhões
Uma loja na Avenida Independência, comprada em 2021, por R$ 1,5 milhão
De acordo com o advogado Leonardo Afonso Pontes, que não faz parte do processo, neste primeiro momento, é feito um rateio entre as vítimas do golpe com o que for arrecadado no leilão.
"Mas, na medida que outros bens forem levados a leilão e também arrematados, os valores arrecadados com esses próximos leilões, terão a mesma finalidade, de modo a, ainda que pouco a pouco, ressarcir as vítimas".
Ele também explica que, a medida que o processo avançar, outros bens deverão ser levados a leilão.
"Esta fase que está sendo iniciada pode perdurar algum tempo com o leilão de outros bens que já estão bloqueados no processo, mas que ainda não foram liberados para o leilão. Mas isso, certamente, deve prosseguir, uma vez iniciado, e poderá ainda levar algum tempo. É um processo que já foi sentenciado em primeira instância, nós temos a decisão do Tribunal de Justiça de segunda instância, então, caminhando para a terceira instância, o processo caminha para o seu final e, consequentemente também, isso se dá com relação aos bens".
As investigações e a prisão domiciliar
Em março de 2022, quando ainda era investigada, Ana Pink foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e chegou a ser levada para a Penitenciária de Guariba (SP), mas a defesa conseguiu que ela cumprisse a pena em casa por conta dos filhos menores de 12 anos.
Em agosto, a Justiça expediu um novo mandado de prisão preventiva, após uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, reforçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas Ana não foi encontrada no condomínio em que morava e passou a ser considerada foragida.
Neste período, ela chegou a postar fotos nas redes sociais e, mesmo nessa condição, prestou depoimento em audiência virtual.
Ana Pink, influenciadora alvo de ação na Justiça de Ribeirão Preto (SP)
Tiago Aureliano/EPTV
Em setembro de 2022, mesmo ainda foragida, Ana Pink conseguiu reverter a prisão preventiva e retomar o direito à prisão domiciliar por um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O órgão considerou que, entre outros fatores, a prisão era uma medida extrema, que Ana era ré primária, tem filhos menores de 12 anos e endereço fixo.
Mas, para isso, foram estabelecidas algumas condições, entre elas a permanência dela em casa em tempo integral, com saídas permitidas apenas por questões de saúde e compromissos escolares dos filhos.
Além disso, a Justiça determinou que os horários de entrada e saída dela deveriam ser detalhadamente registrados pelo condomínio em que ela mora.
O descumprimento das cautelares
Segundo o Ministério Público, os registros de entrada e saída do condomínio na zona sul da cidade evidenciam que a influenciadora desrespeitou as condições impostas pela Justiça reiteradas vezes e sem justificativas entre fevereiro e julho deste ano.
De acordo com a Promotoria, constam ao menos 33 saídas em feriados e fins de semana e outras 33 entradas e saídas à noite ou de madrugada. Entre elas, consta a chegada dela ao condomínio às 23h38 de 3 de março de 2025, no Carnaval.
Condomínio onde Ana Pink morava registrou entradas e saídas durante período de prisão domiciliar da influenciadora em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Além disso, as autoridades apontaram que, em 28 situações diferentes, ela permaneceu fora de casa por mais de duas horas. No dia 20 de junho, por exemplo, ela saiu do condomínio pouco antes das 10h e somente voltou depois das 20h.
O MP informou ter apurado que não era Ana Paula quem levava os filhos para a escola, mas sim os irmãos mais velhos, o que enfraquece o argumento de que ela teria que permanecer em casa para cuidar das crianças.
A Promotoria ainda argumentou que os descumprimentos das cautelares não podem ser ignorados, porque, em uma eventual execução de pena, o tempo de prisão domiciliar é descontado.
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